Uma das maiores bênçãos descritas na Escritura é a de que Deus habita no meio do seu povo. No jardim do Éden, Adão contava com a presença de Deus que andava com ele na viração do dia (Gn 3.8). No deserto, Deus mandou que o povo construísse o tabernáculo que seria o lugar da sua habitação e a representação de que Deus habitava com eles (Ex 25.8-9). Além do tabernáculo, a Arca da Aliança também era sinal da presença de Deus no meio do povo. Isso era tão importante que quando ela foi roubada declarou-se que a glória do Senhor tinha se ido de Israel (1Sm 4.21).
Moisés, em certa ocasião, chegou a dizer ao Senhor: “se a tua presença não for comigo, não nos faça subir deste lugar” (Ex 33.15) e Josué, seu substituto, teve a garantia da presença de Deus com ele (Js 1.9). Assim como o tabernáculo, o templo também simbolizava a presença do Senhor (Sl 27.4; Sl 65.4; Sl 84.1,2,10).
Quando Maria engravidou e José quis deixa-la secretamente, um anjo apareceu a ele para falar a respeito da concepção milagrosa do Salvador. Mateus afirma em seu evangelho que “tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emmanuel” (Mt 1.22,23). Mas porque a menção desse nome é importante? Exatamente por causa daquilo que o próprio evangelista registra em seguida, “(que quer dizer: Deus conosco)”.
A encarnação é o momento em que a presença de Deus é vista de forma mais plena, até agora, na história do homem. Jesus é Deus conosco e, antes de ser assunto aos céus, prometeu estar conosco todos os dias, até à consumação dos séculos (Mt 28.20).
Sua presença é importante, pois:
a) Ele é o nosso mediador – Jesus é o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5). Somente por ele podemos ter acesso à presença do Pai (Jo 14.6; Hb 10.19-22). Nele temos um advogado que intercede diante do Justo Juiz, quando pecamos (1Jo 2.1).
b) Ele é o maravilhoso Conselheiro – um dos títulos atribuídos ao Senhor em Isaías é que ele é o nosso Conselheiro (Is 9.6), mas não só um simples conselheiro, ele é “O” maravilhoso Conselheiro. Ele nos aconselha por meio de sua Palavra viva e eficaz (Sl 107.11; Pv 8.14; Hb 4.12) que é o meio para a santificação de nossas vidas (Jo 17.17).
c) Nele temos tudo o que é preciso para a vida e piedade – Pedro afirma que todas as coisas que conduzem à vida e à piedade estão no conhecimento completo de Cristo (2Pe 1.3). Em Cristo somos co-participantes da natureza divina, ou seja, por causa dele podemos ser aquilo que não somos ao descender de Adão, santos, e isso nos livra das paixões desse mundo. Somos chamados para ser cada dia mais parecidos com ele (Rm 8.29) que é a imagem do Deus invisível (Cl 1.13-23) sendo ele mesmo o nosso maior exemplo para a vida e para a piedade (Ef 5.1; Fp 2.4; 1Pe 2.21). Ser parecido com Jesus, portanto, é o alvo para voltarmos a espelhar perfeitamente ao Pai, o que não é possível após a queda, mas que o será quando formos plenamente restaurados.
c) Ele é a nossa força – É ele quem nos sustenta nos momentos de tribulação. Não precisamos ter medo, pois Cristo é o nosso pastor (Sl 23.4). É ele também que nos fortalece, a despeito das circunstâncias (Fp 4.11-13), sendo a nossa força quando confessamos nossa fraqueza e nos achegamos a ele (2Co 12.10).
Jesus é o Deus conosco! Podemos confiar a ele cada aspecto de nossa vida e buscar, por seu próprio poder, viver para a sua glória.
Milton C. J. Junior
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